2 – Os Dons do Espírito Santo – Parte I
Pergunta: Você acredita em Dons Espirituais?
Sua Resposta:
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Os discípulos estavam atônitos! Um misto de tristeza, alegria e
espanto... Naqueles dias, freqüentemente o povo
e os servos de Deus, cegados pelas tradições e falsos ensinos, viam no
Messias um “príncipe terreno”, que levaria Israel a dominar as nações...
e não compreendiam suas palavras predizendo
Seus sofrimentos e morte. O próprio Cristo os enviara com a mensagem: “O
tempo está cumprido, e o reino de Deus está próximo. Arrependei-vos e crede
no evangelho.” Mar. 1:15.
Aquela mensagem, “o Messias, o Príncipe” encontrada em Daniel 9:25
tinha o seu complemento no versículo 26, que o “Ungido” deveria ser
tirado de seu meio... Cumpriram seu dever apresentando à nação
judaica o convite de misericórdia e, então, no mesmo tempo em que esperavam
ver o Senhor ascender ao trono de Davi, viram-nO ser agarrado como malfeitor, açoitado,
escarnecido, condenado e suspenso à cruz do Calvário. Que desespero e angústia
oprimiam o coração dos discípulos durante os dias em que seu Senhor dormia no
túmulo!
Depois de Sua ressurreição
Jesus apareceu a Seus discípulos no caminho para Emaús, e, “começando
por Moisés, e por todos os profetas, explicava-lhes o que dEle se achava em
todas as Escrituras”. Luc. 24:27. Comoveu-se o coração dos discípulos.
Avivou-se-lhes a fé. Foram “de novo gerados para uma viva esperança”,
mesmo antes que Jesus Se lhes revelasse.
Era propósito de Cristo iluminar-lhes o
entendimento, firmando-lhes a fé na “firme palavra da profecia”.
Desejava que no espírito deles a verdade criasse sólidas raízes, não
meramente porque fosse apoiada por Seu testemunho pessoal, mas por causa da evidência
inquestionável apresentada pelos símbolos e sombras da lei típica
e pelas profecias do Antigo Testamento. Era necessário aos seguidores de
Cristo ter fé inteligente, não só em favor de si próprios, mas para
que pudessem levar o conhecimento de Cristo ao mundo.
E, como primeiro passo no comunicar este
conhecimento, Jesus encaminhou Seus discípulos para “Moisés e os profetas”.
Este foi o testemunho dado pelo Salvador ressuscitado quanto ao valor e importância
das Escrituras do Antigo Testamento.
E, agora em Sua Ascensão, Cristo deixa-lhe uma tarefa que
lhes parecia impossível de ser realizada: “Ide, portanto, fazei discípulos
de todas as nações...” Mat. 28:19. Mas, o próprio Cristo conforta-lhes
o coração dizendo: Eis que
envio sobre vós a promessa de meu Pai; permanecei, pois, na cidade, até
que do alto sejais revestidos de poder. (Lucas 24:49) ... “e estavam
sempre no templo, louvando o Senhor” Luc. 24:53
Haviam “achado Aquele de quem
Moisés escreveu na lei, e os profetas”. Estavam com seu coração preparados!
E no dia de Pentecostes, desceu o Consolador prometido – João 14:16 – e foi
dado o poder do alto, e a alma dos crentes estremeceu com a presença
sensível do Senhor que ascendera ao Céu... através do Espírito Santo do
Senhor.
E a primeira manifestação do
Espírito de Deus naquela cidade, para onde milhares
de pessoas de todas as partes, se dirigiam,
foi o dom de línguas...
Havia, naquela festa anual; representantes de
“todas nações” e imediatamente começaram a pregar o
evangelho no idioma dos estrangeiros presentes...
Todos ficaram cheios do Espírito Santo
e passaram a falar em outras línguas, segundo o Espírito lhes concedia
que falassem. (Atos 2:4)...
Quando, pois, se fez ouvir aquela voz,
afluiu a multidão, que se possuiu de perplexidade, porquanto cada um os ouvia
falar na sua própria língua. (Atos 2:6)...
...tanto judeus como prosélitos,
cretenses e arábios. Como os ouvimos falar em nossas próprias línguas
as grandezas de Deus? (Atos 2:11).
Vejam bem, Deus concedera a eles o dom
de falar línguas estrangeiras, não língua desconhecida dos
homens... Imaginem a urgência que eles tinham... Não podiam perder aquela
oportunidade de pregar o Evangelho de Cristo... Não havia tempo de freqüentar
“aulas de línguas”. Tinha que ser agora! E, Deus envia o Consolador e os
capacita a pregarem em “todas” línguas necessárias... O resultado: três
mil novas almas para Cristo.
Naqueles dias, Paulo (Saulo) ainda era
um “perseguidor” de “judeus cristãos”, mas era um poliglota – o
grego, o hebraico, o aramaico e o latim, entre outras, pois cursara as melhores
escolas judaicas e romanas – e naquela estrada para Damasco, recebeu do
Espírito Santo, a sua conversão e tornou-se agora, “ferrenho defensor” de
um Cristo que ele não havia conhecido pessoalmente, mas “vira” a Sua
obra...
Agora podia falar em nome dEle...
Paulo sabia e ensinava que o dom de línguas
era a capacidade de falar – pelo Espírito – novas línguas (outros idiomas;
vejam o que diz I Cor. 12:10e20: “...a um, variedade de línguas;
e a outro, capacidade para interpretá-las ...
falam todos em outras línguas? Interpretam-nas todos?”). Este é
um dom de Deus, ou seja, passam a falar um idioma estrangeiro, sem o conhecer ou
haver estudado... Difícil!? Para Deus, criador das línguas – lembre-se de
Babel, Gen. 11:1,6e7 – nada é difícil, se até mesmo mortos Ele
os ressuscita...
Muitos, nos dias de hoje, querem que
este dom seja o falar a língua dos anjos, mas Paulo era incisivo quando
afirmou “No caso de alguém falar em outra língua... haja quem interprete.
Mas, não havendo intérprete, fique calado na igreja...” (I
Cor.14:27-28). Mostrava estar falando sobre a língua das nações... Uma vez
que ele também orientara que o falar em línguas era para edificar a igreja (I
Cor.14:9) e perguntava: “Como dirá o indouto – aquele que não
compreende – o amém depois da tua ação de graças?” I Cor.
14:16
Em Corintos, Paulo também encontrou
outras “dificuldades” nas interpretações dos dons espirituais,
principalmente a ordem de importância dos diversos dons, por ele citado... A
uns estabeleceu Deus na igreja, primeiramente, apóstolos; em segundo lugar,
profetas; em terceiro lugar, mestres; depois, operadores de milagres; depois,
dons de curar, socorros, governos, variedades de línguas. (1 Cor.
12:28).
Isto Paulo desejava para a igreja de
Corintos, um importante porto marítimo, com uma população de aproximadamente
600.000 habitantes...
Eu quisera que vós todos falásseis em
outras línguas; muito mais, porém, que profetizásseis; pois quem profetiza
é superior ao que fala em outras línguas, salvo se as interpretar,
para que a igreja receba edificação (1 Cor. 14:5).
E Ele explica: o dom de língua é
“excelente” para o momento; mas, o dom de profecia, fica para a
eternidade...Mas, os corintios, se “perderam” em busca deste dom... Um dom
que, somente naquela igreja, tornara-se um problema...
Naquela igreja, de Corintos, havia
dissensão (I Cor. 1:11; 11:18); demandas (I Cor. 6:6e7); adultério
(I Cor. 5:1); carnalidades (I Cor. 3:1-3) e como o Espírito Santo poderia
operar em tal ambiente? Em Jerusalém, houvera harmonia, o Espírito Consolador
pode ser enviado... Já, em
Corintos havia prostituição (II Cor. 12:19-21); usura (II Cor. 11:8e9);
desvirtuação da Santa Ceia do Senhor (I Cor. 11:17-33); etc. ]
Paulo, estava convencido de que aqueles
“cristãos” estavam desvirtuando o dom de línguas... Desejavam o dom a
qualquer custo, ainda que estivessem despreparados... e, imprudentemente emitiam
“sons que ninguém entendiam” – I Corintios 4:2.
E, polidamente Paulo os adverte: Ore em
particular – você e Deus, somente: I Cor. 14:28. Cristo, um dia já havia
advertido aos “hipócritas” que não ficassem em vãs repetições em público
ou em ruas... Vejamos: E, quando orardes, não sereis como os hipócritas;
porque gostam de orar em pé nas sinagogas e nos cantos das praças, para serem
vistos dos homens. Em verdade vos digo que eles já receberam a recompensa. (Mateus
6:5).
Estas orientações eram para aqueles (nós...)
que tinham um pedido pessoal – veja o contesto entre os versículos 1 a 15 –
pois Cristo orava, pregava em público (Luc. 13:26); nas praças (Mar. 1:15,20);
e nos montes (Mat.8.1). Paulo pregou à beira rio e em praça publica (Atos
16:13; 17:17).
Muitos foram salvos, não em um culto
dentro de um templo, mas onde estavam, nos seus afazeres. Cristo, em sua parábola
da grande ceia, já dissera: Sai
depressa para as ruas e becos da cidade e traze para aqui os pobres, os
aleijados, os cegos e os coxos... Sai
pelos caminhos e atalhos e obriga a todos a entrar, para que fique cheia a minha
casa (Lucas 14: 21,23); ou seja IDE! E, afinal, como será
possível evangelizar o mundo todo, quando só se alcançam aqueles que freqüentam
nossos templos?
Pedro, André, Tiago e João,
foram salvos durante um culto realizado por Jesus, à beira do mar da Galiléia
(Mat. 4:18-22). Mateus estava na coletoria quando ouviu Jesus dizendo:
“Segue-me”, e o seguiu (Mat. 9:9). Lídia foi salva à beira de um
rio, enquanto ouvia Paulo (Atos 16:13-15). Dionísio e muitos outros
gregos foram salvos enquanto ouviam Paulo pregando no Areópago, lugar público
de discussões (Atos 17:34).
Jesus jamais disse
ao pecador: “Vinde ao templo para serdes salvo”, pelo contrário,
disse à Sua Igreja: “Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda
criatura” e continuando, complementou: Quem crer e for batizado será
salvo; quem, porém, não crer será condenado. (Marcos 16:15e16)...
Paulo, completou dizendo: ao invés
de ficarem fazendo barulho na igreja... mostrando um dom que
“queriam” mas não “possuíam” por se encontrarem fora dos parâmetros
Divinos – hoje, não será assim em muitas denominações “cristãs”?
Aquela manifestação não era genuína, e, quem
sabe não seriam manifestações demoníacas ou uma forma de histeria. E
então Paulo, sabiamente encontrou uma solução divina: Pelo que, o que fala
em outra língua deve orar para que a possa interpretar (I Cor.
14:13). O apóstolo mostrava que sem esta interpretação – ou seja: que alguém
conheça – esta manifestação só traria confusão, não edificaria a igreja.
(I Cor. 14:6,14). Leia também o versículo 18 e 19...