2 – Os Dons do Espírito Santo – Parte II
Pergunta: Você acha
importante, nos dias de hoje, falar em línguas?
Sua Resposta:
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Paulo já havia falado da diversidade de
línguas no versículo 10 do capítulo 14 da sua primeira carta aos coríntios e
com isso mostrava a que tipo de língua o dom se referia... Não eram línguas
“estranhas”, a qual ninguém podia interpretar... nem mesmo a “línguas
dos anjos” que é ininteligível
para o homem (II Cor. 12:2-4) e portanto de que adianta para a igreja senão
para satisfação pessoal daquele que a “fala” (I Cor. 14:4).
Interessante é notar que o Novo
Testamento citam outras catorze manifestações do Espírito Santo, e em nenhum
deles foi concedido o dom de línguas, já que
nestas ocasiões não era o dom necessário... Ou seja, não é o “dom
de línguas” o indicador do reconhecimento divino de sua “conversão”...
Já em Éfeso, a situação era
diferente de Corintos; lá não havia divergências... doze homens haviam
recebido as primeiras instruções, sobre o Messias, de João Batista. Ainda não
conheciam a Cristo... Foram batizados por João, apenas pelo seu arrependimento
e fé num Salvador vindouro... Paulo, então lhes traz a “mensagem
salvadora”. Creram e receberam o batismo “pelo Espírito Santo”. E, então
pelo Espírito receberam os “dons de Línguas e de Profecias” Atos 19:6.
Deus, conforme as necessidades de
“sua igreja”, capacita seus membros com os dons necessários para realizarem
Sua obra... E, Éfeso não era diferente... Era um porto por onde afluía pessoa
de diversas origens – e línguas – e portanto estes dons foram os necessários
naquela ocasião – Efésios 4:7e8.
Estavam estes irmãos, pelo Espírito Santo,
prontos então a receberem as devidas instruções e estudos sobre a
verdadeira doutrina de Cristo... “E em vão me
adoram, ensinando doutrinas que são preceitos de homens” (Mateus 15:9
RA).
Então, Paulo “durante três
meses freqüentou a sinagoga” ensinando-os sobre o reino de Deus.
Dentre eles haviam escarnecedores (hoje, dentro de nossas igrejas, não
os encontramos?) e Paulo apartou-se deles, levando consigo os “novos discípulos”
e em Tirano (Éfeso), estudou com eles durante dois anos, e muitos
judeus e gregos se converteram...
pelas maravilhas do Senhor - Atos 19:8-11.
Isto, comprova que o Espírito nos capacita a
estudar e compreender as Sagradas Escrituras... Nos dias de hoje, existem
pessoas sinceras que crêem que a Bíblia não nos foi dada para ser estudada
e que o Espírito nos capacita
a falar por Ele... Baseiam-se no
que Cristo disse: “E, quando vos entregarem,
não cuideis em como ou o que haveis de falar, porque, naquela hora, vos
será concedido o que haveis de dizer,
visto que não sois vós os que falais, mas o Espírito de vosso Pai
é quem fala em vós” (Mat. 10:19-20).
A situação era outra – veja o contexto. Cristo, referia-se
à presença do Espírito Santo que, quando alguém em um “momento de
provação”, fosse constrangido pelos homens... ELE, nos defenderia,
falando por nós... portanto, nenhuma alusão de que no momento da pregação, o
Espírito colocará Sua palavra em nossa boca...
Portanto, não é lícito negligenciarmos os estudos das Sagradas
Palavras. Veja Provérbios 9:9 (Salomão); II Timóteo 2:15 (Paulo); Mateus
13:52 (Jesus). O próprio apóstolo Paulo, quando na gélida prisão romana,
escrevendo ao seu amigo Timóteo pediu “quando vieres traze a
capa que deixei em Troa, em casa de Carpo, e os livros, principalmente
os pergaminhos” II Timóteo 4:13.
A sua prioridade era “os
pergaminhos”, a Bíblia dos seus dias, mas por nada abandonava os outros
“livros” de estudos e consulta disponíveis naquele tempo...
Pois, Cristo mesmo, antes de sua ascensão
reunido aos Seus discípulos, abriu-lhes o entendimento para compreenderem as
Escrituras – Luc. 24:44-53. E ele mesmo concedeu uns para apóstolos,
outros para profetas, outros para evangelistas e outros para pastores e mestres,
com vistas ao aperfeiçoamento dos santos para o desempenho do
seu serviço, para a edificação do corpo de Cristo,
Até que todos cheguemos à unidade da fé e do pleno conhecimento do
Filho de Deus, à perfeita varonilidade, à medida da estatura da
plenitude de Cristo, para que não
mais sejamos como meninos, agitados de um lado para outro e levados ao redor por
todo vento de doutrina, pela artimanha dos homens, pela astúcia com que induzem
ao erro (Efésios 4:11-14).
Nesta Carta, Paulo também estava nos
prevenindo sobre um outro contra-senso bíblico que ocorrem em nossos dias: o dom
divino de ser pastor de
Sua Igreja. Estes, crêem que Cristo é o Pastor... Não entendendo que Deus é
um Deus de organização: “Atendei por vós e por todo o rebanho sobre o
qual o Espírito Santo vos constituiu bispos, para pastoreardes a igreja de
Deus, a qual ele comprou com o seu próprio sangue” (Atos 20:28).
Também sobre isto Pedro falou em sua
primeira carta: “pastoreai o rebanho de Deus que há entre vós, não por
constrangimento, mas espontaneamente, como Deus quer; nem por sórdida ganância,
mas de boa vontade; nem como
dominadores dos que vos foram confiados, antes, tornando-vos modelos do
rebanho” (1 Pedro 5:2-3).
E muitos usam este texto dizendo que se há
pastor – já que Cristo é o grande Pastor – este não deve ser
“remunerado”... Mas, não é isto que encontramos na bíblia:
Paulo recebeu salário de determinadas igrejas de Corintios – II Cor.
11:8.
O
pastor em “tempo integral” é
digno do seu salário – I Tim. 5:18.
Paulo ensinou os corintios a sustentar os seus pregadores – I Cor.
9:4-14.
Paulo
advertiu a Timóteo, para que não tivesse outros “negócios” – II Tim.
2:4.
Pedro disse que a única ocupação “deles”, era o seu ministério
– Atos 6:4.
Os apóstolos, que dedicavam tempo integral “à obra”,
viviam de contribuições que eram depositadas em uma “bolsa” – João 12:6
– Judas fazia as compras com o dinheiro aí depositado – João 13:29 (E a
isto Cristo aprovava, ou não?). Percebemos então a palavra chave para este
ministério: Tempo Integral... Tempo
total, dedicado à Igreja de Cristo, não com o intuito de enriquecer com bens
terrenos, isto de acordo com
Pedro...
E, de onde vem esta remuneração? Para ser justa
e divina (nenhum pastor deve receber conforme o tamanho de sua igreja
– isto poderia trazer a ganância para o seu meio), ela deve vir de um fundo
único, proveniente dos dízimos (Lev. 27:30e32), já que as ofertas
são para a manutenção e crescimento da obra:
Trazei todos os dízimos à casa do Tesouro,
para que haja mantimento na minha casa; e provai-me nisto, diz o SENHOR dos Exércitos,
se eu não vos abrir as janelas do céu e não derramar sobre vós bênção sem
medida (Malaquias 3:10).
Também é comum, em nossos dias, dizer
que o dízimo foi instituído “nos tempos da lei, para aqueles”... Estes que
assim afirmam não leram em suas Bíblias, que muito antes de
Moisés, no monte Sinai, Abraão deu o seu dízimo – quinhentos anos
antes – e Jacó, neto de Abraão, também prometeu o seu dízimo – Gen.
28:20-22 – e suas bênçãos foram tantas que até ao seu “novo nome” –
Israel – foi lhe dado a conhecer...
O próprio Cristo, defendeu o dizimo,
quando condenou aqueles que estavam violando
o seu espírito de “graças” e que não era como eles queriam que fosse, uma
espécie de “compra de indulgências” Mat. 23:23. Vejam as palavras finais
deste versículo: “...e tendes negligenciado os preceitos mais importantes
da Lei: a justiça, a misericórdia e a fé; devíeis, porém, fazer estas
coisas, sem omitir aquelas”...
E você, ainda crê que Cristo também
aboliu o dízimo? Que Deus é este, que erra tanto, que precisa
constantemente “consertar” ou “abolir” o que faz ou
fala? Certo, somente o “homem” que “interpretou” a Bíblia,
não é? Pense bem... Peça, em oração, a Deus que o ilumine com o Espírito
Santo... trazendo-lhe compreensão de Sua Palavra.
Agora, eu, de um modo muito particular, peço a você
que me perdoe por ter sido um tanto direto, talvez indo muito fundo em minhas
considerações – “Quando eu disser ao perverso: Certamente, morrerás, e
tu não o avisares e nada disseres para o advertir do seu mau caminho, para lhe
salvar a vida, esse perverso morrerá na sua iniqüidade, mas o seu sangue da
tua mão o requererei. Mas, se
avisares o perverso, e ele não se converter da sua maldade e do seu caminho
perverso, ele morrerá na sua iniqüidade, mas tu salvaste a tua alma” Ezeq.
3:18e19 – mas não poderia deixar de exorta-lo a “estudar” a Bíblia
pois “A revelação das tuas palavras esclarece e dá entendimento aos
simples” – Salmos 119:130 – e “As
coisas encobertas pertencem ao SENHOR, nosso Deus, porém as reveladas nos
pertencem, a nós e a nossos filhos...” – Deut. 29:29. Mas o profeta
complementa que: “Certamente, o SENHOR Deus não fará coisa alguma, sem
primeiro revelar o seu segredo aos seus servos, os profetas” – Amós
3:7.
Portanto, cada um, segundo o seu
dom, faz parte do corpo de Cristo – a Igreja – “para que não haja
divisão no corpo; pelo contrário, cooperem os membros, com igual
cuidado, em favor uns dos outros” (1 Cor. 12:25).
“De sorte que as línguas constituem
um sinal não para os crentes, mas para
os incrédulos; mas a profecia não é para os incrédulos, e
sim para os que crêem”
(I Cor. 14:22)