SÉRIE Responda – especial

 

2 – Os Dons do Espírito Santo – Parte III

 

Pergunta: Você já viu um Profeta de Deus?

Sua Resposta: _____________________________________________________________

 

Esta pergunta nos leva a outro dom do Espírito: O dom de Profetizar. Em diversas passagens em que foi dado o dom de falar línguas, também é citado o Dom de Profecia...

Mas, o que é este dom? Vejamos o que a  Bíblia tem a nos dizer:

Nas Escrituras, o profeta é “alguém que recebe comunicações de Deus”. Eles não falam por sua iniciativa, “porque nunca jamais qualquer profecia foi dada por vontade humana; entretanto, homens santos falaram da parte de Deus, movidos pelo Espírito Santo” (2 Pedro 1:21).

Percebeu, “da parte de Deus”... Nos dias de hoje temos “profetas” de olhos fechados, escrevendo, ou melhor, psicografando mensagens do “alem”... Perguntamos: do além ou de Satanás? (veja o estudo especial, nº 1 - Corpo, Alma, Espírito – Céu e Inferno).

Profeta, do hebraico nabi, e prophetes no grego, portanto significa “um porta-voz apontado por Deus”... Também Samuel esclarece: “Antigamente, em Israel, indo alguém consultar a Deus, dizia: Vinde, vamos ter com o vidente; porque ao profeta de hoje, antigamente, se chamava vidente – roeh ou chozeh” – 1 Sam. 9:9.

No Novo Testamento o dom de profecia foi altamente qualificado; uma vez em primeiro lugar (Rom. 12:6) e duas vezes em segundo lugar (I Cor.12:28; Efés. 4:11) entre os ministérios de maior utilidade para a igreja. E, Paulo estimulou os cristãos a desejar este dom em especial (I Cor. 14:1e 39). O Novo Testamento sugere que os profetas desempenharam diversas funções, a saber:

Na fundação da Igreja: “edificados sobre o fundamento dos apóstolos e profetas, sendo Ele mesmo, Cristo Jesus, a pedra angular” (Efésios 2:20).

Na parte missionária da Igreja: Paulo e Barnabé foram iniciados por profetas, através do Espírito Santo, para a primeira viagem missionária (Atos 13:2)

                   Na edificação da Igreja: Paulo afirma que “aquele que profetiza” edifica a Igreja”(I Cor. 14:4).

                   Uniram e protegeram a Igreja contra falsas doutrinas (Efés. 4:14).

                   Advertiram contra dificuldades futuras: fome e prisões foram previstas (Atos 11:27-30; 20:23; 21:4,10-14).

Confirmaram a fé em tempos de controvérsia, consolando-os (Atos 15:32).

Portanto, podemos perceber que o Profeta é o “meio” pelo qual Deus Se comunica  com o homem, sua criação; já que o Sacerdote Levita era a via de comunicação do homem com Deus...

Hoje, muitos cristãos crêem que o dom profético cessou com o término da era apostólica, mas não existem evidencias bíblicas de que Deus haveria de retirar os dons espirituais por Ele concedido à Igreja antes de se concretizar o seu propósito de levar a Igreja “à unidade da fé e do pleno conhecimento do Filho de Deus, à perfeita varonilidade, à medida da estatura da plenitude de Cristo” (Efés. 4:13).

Paulo advertiu os crentes a não “extinguir o Espírito” nem “desprezar as profecias” (I Tess. 5:19e20) e aconselhou “procurai com zelo os dons espirituais, mas principalmente que profetizeis” (I Cor. 14:1).

Em apocalipse 12 temos a menção de dois períodos de acentuada perseguição à Igreja. Durante o primeiro, que se estendeu de 538 a 1.798 d.C. (Apoc. 12:6e14 cf. Dan. 7:25), os crentes leais sofreram intensa perseguição. E, uma vez mais, justamente antes do Segundo Advento, Satanás atacará o “restante da semente da mulher” – a Igreja remanescente – que se recusa a abdicar da obediência que prestam a Cristo. O Apocalipse descreve estes crentes leais como aqueles “que guardam os mandamentos  de Deus e têm o testemunho de Jesus” (Apoc. 12:17).

Que a frase “testemunho de Jesus” se refere ao dom de profecia, é algo que fica muito claro, em conversa posterior, que o “anjo revelador” tem com o profeta João (Apoc. 19:10). Portanto, caracterizando a verdadeira Igreja de Deus nos últimos dias, ou seja: Ela guarda os mandamentos de Deus e tem o testemunho de Jesus (Apoc. 12:17 cf. Apoc. 22:20).

E, a esses crentes leais, justamente na época em que o papado perdia a sua exuberância e poder subjugante  foi dado a homens de diversas denominações (líderes congregacionais, metodistas, batistas, presbiterianos, episcopais, etc.), ou seja, no cumprimento da profecia apocalíptica – apoc. 11.3 – a luz do Espírito Santo, para a compreensão da profecia de Daniel 12 sobre o Santuário.

Hoje, sabemos que aqueles líderes – entre eles W. Miller – lançaram as bases para a Igreja Adventista do Sétimo Dia; mas naqueles dias, devido a uma interpretação  humana, errônea, não entenderam a tempo que aquela profecia dos 2.300 dias/anos indicava a purificação do santuário celestial, por Cristo e não a Terra... Isto gerou uma grande decepção.  Mas, Cristo através de seu “profeta” João já os havia alertado sobre esta decepção  “...certamente, ele será amargo ao teu estômago, mas, na tua boca, doce como mel” – Apocalipse 10:9

E no Apocalipse (10:8-11) temos João “comendo” (figuradamente significa ler, alimentar-se da palavra – Jer. 15:16) o único “livrinho” (porção do Grande Livro ou seja:

a Bíblia) que fora selado para o entendimento humano, até que se cumprissem totalmente os seus dias – o livro de Daniel; e, especificamente Dan. 8:14, complementado no capítulo 12 (conforme o esquema apresentado na pagina anterior).

Veja o que o  profeta revelador diz no verso 10 de Apocalipse 10: “Tomei o livrinho da mão do anjo e o devorei, e, na minha boca, era doce como mel; quando, porém, o comi, o meu estômago ficou amargo”. E assim fora aquela mensagem dos “pioneiros do advento”. Doce como o mel – Cristo virá -  mas a decepção fora, por demais amarga...   Mas João, no verso 11, já dissera que não era chegada a hora: “É necessário que ainda profetizes – outra vez, RC – a respeito de muitos povos, nações, línguas e reis”. A orientação estava lá, a decepção, naquele ano de 1.844, também lá estava... (Obs. 1.844: termino dos 2.300 anos da profecia de Daniel, que teve o início de sua contagem com o decreto para a reconstrução de Jerusalém, no ano de 457 a.C.).

E, Deus em cumprimento à Sua palavra, novamente envia “o Seu profeta” para consolar os Seus poucos (± 50) seguidores; decepcionados mas perseverantes (“se tardar espera-O” Hab. 2:3)... Entre eles, já não mais estava Miller, o “pastor cooperador” dos batistas, que havia “desvendado” ao mundo as profecias de Daniel, referente à volta de Cristo por ocasião daquele  ano...

E, novamente aí entra a função primordial do profeta de Deus: Orientar! Edificar!

         E, a primeira  pessoa a quem Deus deu a sua revelação foi Willian Foy em janeiro de 1.842. Um batista da igreja de Boston. Esta primeira visão, não teve permissão para a divulgar, mas logo a seguir teve novamente a mesma visão. A esta, foi-lhe ordenado que a divulgasse, e assim o fez... E, teve ainda uma outra lhe mostrando uma plataforma; não a compreendeu... e não recebeu mais nenhuma outra revelação...

         Hazen Foss, um adventista de Portland, teve a mesma visão, onde lhe era mostrado três plataforma... Isto, um pouco antes da decepção de 1.844. Com medo, em seu intimo, não divulgou a mensagem... A visão foi-lhe repetida... E, novamente, não a divulgou. Em uma terceira visão, foi-lhe dito que o “dom” fora concedido a outra pessoa... Agora então, criou coragem e quis divulga-la mas “de nada lembrou”...

         Ellen Gould Harmon – 26-11-1.827 – ao 17 anos, recebeu a sua primeira visão. Em visão, viu um caminho estreito... Com medo, em oração, pediu que a livrasse desta responsabilidade... mas seu pedido não foi aceito.

         Quanto, às plataformas, é a mensagem apresentada pelos Três Anjos do Apocalipse (14:6-12). A primeira mensagem, chamava a atenção para a hora do juízo... Fora exposta em fins do século XVIII e início do século XIX e como resultado surgiu o movimento chamado Milleritas (W. Miller).

         A mensagem do segundo anjo chama a atenção para a apostasia da igreja (temos isso hoje?), e foi apresentada no verão de 1.844 e nos convida a sair de Babilônia, a igreja desvirtuada – Apoc. 18:1-8. Como resultado, surgiu aquele grupo perseverante...

A terceira mensagem (Apoc. 14:9-12), chamava a atenção à Lei de Deus e este pequeno grupo, após a decepção de 22 de outubro de 1.844, pregou esta mensagem...

Entre eles estava Raquel Preston, que apresentou a doutrina do Sábado.

         Frederico Wheler, foi o primeiro pastor a aceitar, através de Raquel, o Sábado.

Tomas M. Preble, pregou e publicou esta doutrina... Através deste artigo, o capitão José Bates aceitou e publicou um folheto de 42 paginas referente ao Sábado.

            Este folheto fora entregue à Ellen G. White, por ocasião de seu casamento... A princípio, eles (Thiago e Ellen) não aceitaram  o Sábado como sendo o ponto primordial da Lei do Senhor. Julgavam eles, que o Sábado – 4º mandamento – era uma lei menor, entre as demais...

E, com a ajuda daquele folheto e da plena compreensão da mensagem do terceiro anjo, começaram a guardar o Santo Sábado... E, em visão posterior, Ellen viu o Santuário Celeste; convidada a entrar no Santíssimo, viu a Arca do Senhor e em cujo interior estavam as Tábuas da Lei, sendo que um arco de luz brilhava em torno do 4º mandamento... Apoc. 11:19. E em Apoc. 14:1-5, vemos aqueles seguidores de Cristo, que não se “macularam com mulheres, porque são castos” (lembre-se, em linguagem apocalíptica, mulher significa igreja) ou seja, se mantiveram na verdadeira Igreja, seguindo os Seus Mandamentos... “Aqui está a perseverança dos santos, os que guardam os mandamentos de Deus e a fé em Jesus” (Apoc. 14:12)

         Portanto, podemos concluir que nos dias de hoje Deus, não retirou o dom de profecia de Sua Igreja Remanescente que Guarda os Seus Mandamentos – Apoc. 12:17; 19:10, cf. Prov. 29:18 “Não havendo profecia o povo se corrompe...

         Mas, Jesus nos alertou que nos últimos dias iam levantar-se falsos profetas (Mat. 24:24)... Surge-nos então uma questão: Como reconhecer o Verdadeiro Profeta?

         Como primeiro passo, é fácil concluir onde o verdadeiro profeta surgiria... Afirma a Bíblia que ele surgiria entre o remanescente que guarda os mandamentos de Deus (Apoc. 14:12; 12:17). Em segundo lugar, há um fenômeno físico que ocorre ao verdadeiro profeta. Conforme Daniel 10:16,17e19 – vemos que vai-se a força natural; em seguida, uma força sobrenatural substitui a força que lhe foi tirada (Dan. 10:7e8). Quando Deus dá ao profeta alguma visão, este sofre um arrebatamento de sentido, ficando sua respiração paralisada – o profeta que você conhece, fica sem respirar?

            Em Números 24:3e4, lemos: Proferiu a sua palavra e disse: Palavra de Balaão, filho de Beor, palavra do homem de olhos abertos;  palavra daquele que ouve os ditos de Deus, o que tem a visão do Todo-Poderoso e prostra-se, porém de olhos abertos:  Percebeu? De olhos abertos, mas alheiro a tudo ao seu redor.

         Paulo, um dia sofreu este arrebatamento. Veja II Corintios, 12:2-4... Portanto, ser profeta não é “fazer-se profeta”, ou ser capaz de “adivinhar” o que vai acontecer ao irmão fulano ou sicrano, daqui a alguns dias, ou falar que algum irmão está em pecado, ou preconizar alguma ocorrência (dor, doença, conversão), sem ter tido uma revelação específica, da parte de Deus... Isto mais parece “espírito de adivinhação”, totalmente condenado pela Bíblia (DEUS) – Deut. 18:10-12.

         E, para finalizar, em geral a profecia é dada visando toda a igreja, ou quando necessária, é dada diretamente a uma pessoa para levá-la ao arrependimento, como foi o caso de Natã com Davi – II Sam. cap.12.

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