"A Paixão de Cristo" lota cinemas dos EUA
Por Laurie Goodstein :: 09:34 26/02
Alguns foram diretamente da missa para o cinema. Alguns foram como se
aguardassem por um extremo teste espiritual. E alguns só foram por curiosidade,
para saber o que poderia ter causado tanta agitação.
Como em uma
peregrinação, pessoas de todos os EUA lotaram os cinemas na última
quarta-feira, para ver a estréia de "A Paixão de Cristo".
As exibições diurnas em Tulsa, Oklahoma, e Dallas, onde as igrejas haviam
comprado blocos de ingressos, estavam lotadas, mas em Richmond, Virgínia, e
Boston, os cinemas estavam com metade de sua lotação.
Com a estréia programa para coincidir com a quarta-feira de cinzas, muitos
disseram que o filme é uma forma de renovar sua fé no início da quaresma.
"Não se tratava de uma experiência cinematográfica, mas de uma experiência
de vida, e foi isso para mim", afirmou Tara Kelly, uma jovem sacerdotisa da
Contact Church of Christ em Tulsa, ao sair de uma exibição no cinema local com
um grupo de fiéis de sua igreja. "Eu nunca mais vou olhar o crucifixo da
mesma forma".
Colleen Loiselle, 55 anos, uma católica de Tyngsboro, Massachusetts, disse ter
rezado três rosários dentro do cinema. "Isso é o melhor que poderia ter
acontecido com a humanidade, porque as pessoas vão se converter", disse
Loiselle, que trabalha para o promotor norte-americano em Concord, New Hampshire.
"As pessoas vão ver que a paixão de Cristo é viver e perdoar".
Líderes judaicos e cristãos disseram que o filme reviveria o preconceito
contra os judeus, porque parece retratar os judeus exigindo a crucificação de
Cristo sobre as objeções do governador romano, Pontius Pilate.
Esta semana, líderes cristãos emitiram comunicados que alertavam contra a
renovação do anti-semitismo. Muitos críticos definiram o filme como
emocionalmente vazio e desnecessariamente violento.
Entretanto, em conversas fora dos cinemas dos EUA, praticamente todos os
entrevistados disseram que o filme representou um golpe emocional e aprofundou
os conhecimentos da fé. Alguns disseram que o filme aumentou a admiração por
seu diretor, Mel Gibson.
"Ele é um excelente cineasta", disse Carlos Amezcua, 50 anos, um
locutor de TV, ao deixar uma sessão em Los Angeles. "Ele não é
sangrento. Eu chorei quando Maria olhou para Jesus; era possível ver sua admiração.
Há uma mensagem de perdão e amor no filme. Eu não vi nenhum fator negativo
como disseram outras pessoas".
Fonte: http://ultimosegundo.ig.com.br/useg/nytimes/artigo/0,,1528140,00.html